Procura-se um hobby para ser feliz
A corrida de rua teve uma explosão em 2024: tornou-se um verdadeiro estilo de vida — talvez sugerindo que as obrigações não bastam à alma. Buscar um hobby para o tempo livre, dentro da possibilidade de recursos e privilégios, pode trazer uma sensação de propósito, satisfação ou protagonismo de vida — conduzindo, intencionalmente, novas possibilidades e descobertas (de ser feliz, sobretudo).
Sempre fui uma pessoa de hobbies, ainda que eu não tivesse muita noção disso. Quando criança, amava desenhar. A leitura não demorou a ocupar meu espaço livre. Depois foi a escrita. Os blogs em diversas plataformas. A fotografia. Às vezes, várias dessas coisas juntas. Na adolescência, tive uma fase de unhas artísticas também.
Nas viagens, desde novinha, carregava meus livros. Ainda que não houvesse outras crianças para brincar, meu passatempo estava garantido: a leitura. Sempre me ocupei muito no tempo livre.
Hoje, é natural que eu continue priorizando essas atividades. Não sou muito adepta a séries e filmes. Mantive os hábitos de ler e escrever regularmente, e após a perda do meu pai, ingressei na atividade física como complemento de um processo terapêutico e de autoconhecimento que nunca terminou.
Então divido o tempo livre assim: academia, escrita e livros. É verdade que eu vario ligeiramente meus interesses dentro dessas atividades. Já tive uma fase intensa de corrida e escrita de crônicas. Hoje, meu foco está na musculação e estudo muito a poesia.
Me encontrei nisso. Na possibilidade de carregar minha essência e no entusiasmo que as atividades me proporcionam.
Ainda que eu carregue dois desses principais hobbies desde nova (a escrita e a leitura), lembro de ter testado outros complementos — como pilates, boxe e crossfit. Não deu certo pra mim — e tentar é libertador, porque faz com que a gente aprenda mais sobre nós mesmos, riscando aquela lista mental do “e se…”.
Cultivar uma vida interior é estar atento aos detalhes que nos preenchem, mas também ser disposto a desbravar caminhos que podem fazer sentido. Inclusive em diferentes fases da vida.
Meu pai, um engenheiro mecânico que sempre gostou de desenhar e apreciava muitas formas de arte, cultivou vários hobbies ao longo da vida, sendo o último, assar pães. No processo agressivo do câncer, essa pequena atividade rendeu um pouco de conforto ao emocional tão abalado. Havia um pouquinho de sorriso nos olhos toda vez que ele conseguia ter disposição para fazê-lo.
Considerando seu estilo de vida atual, qual tema, interesse ou possibilidade faz seus olhos brilharem? Ou simplesmente: o que desperta sua curiosidade?
Não tenho nenhuma fórmula pronta para te orientar, a não ser dizer: procure se aproximar de quem você é, sem julgar seus interesses — porque às vezes a gente se cobra por não gostar de algo que seja “a onda do momento”. O que é seu te pertence. Valorize.
Meu marido ama pescar, correr e fazer focaccia. Meu irmão, estudar línguas desafiadoras (como japonês, mandarim, russo, polonês…). Conheço muitas pessoas adeptas à ioga e meditação. Tenho uma amiga que gosta de crochê. Outra, que ama cantar. Outra, dançar. Uma, ainda, monta quebra-cabeças. Não vou nem mencionar o beach tennis, o interesse por vinhos, plantas e viagens… Talvez sejam os mais comuns!
Mas realmente não importa se o seu gosto é popular. O que desperta seu interesse? Algo relacionado à moda? Culinária? Trabalho voluntário? Investigue com paciência e amor. Aprofunde nesses assuntos através de vídeos, podcasts e até cursos.
Ter um hobby não vai salvar ou livrar problemas, imprevistos e desafios (inclusive demandará muita perseverança e dedicação mantê-los), mas talvez preencha uma parte dos vazios que podem ser preenchidos em nós.
Afinal, a busca por completude pode revelar cantinhos que nem sabíamos que existiam… Que delícia nos conhecer e fortalecer o ânimo pela vida através disso!
Se você já é adepto à Inteligência Artificial, que tal descrever um pouco do seu perfil e interesses, e pedir uma listagem de sugestões de hobbies que combinam com esse perfil?!
Tentar é ilimitado — não desista de buscar entusiasmo para o seu ano novo.
Com curiosidade, afeto e uma vontade imensa de aprender,
Carol Barboza